De formiga e de louco, todo empreendedor tem um pouco.

De formiga e de louco, todo empreendedor tem um pouco. Existe um provérbio hebreu, contido no livro da sabedoria, que nos ensina a observar a formiga e extrair algumas lições, entre elas, destaco as seguintes: ela não tem chefe, líder ou supervisor. Contudo, mesmo sem ter ninguém para direcionar suas ações, estabelecer suas metas, medir seu desempenho e mensurar seus resultados, ela trabalha incansavelmente por seus objetivos, entre eles, a sua subsistência e a manutenção e expansão de sua comunidade.

A sabedoria da formiga

As formigas têm atitude e iniciativa, são naturalmente íntegras, com fome e sede de fazer acontecer.

Este pequenino ser é pequeno apenas em estatura, mas carrega em si uma grandeza de espírito extraordinária, fruto destas nobres características.

Independente da lógica racional contida em seus comandos naturais, uma coisa é certa, por seu porte físico e propósito, é facilmente julgada como louca por tudo o que faz. E de fato, ao observarmos a sua natureza, a conclusão lógica é que, tudo o que ela faz, é sim uma loucura. Como ela conduz a sua existência, tão sublime, singela e repleta de significados, revela aos observadores uma bela loucura. Sempre apoiada em suas fortes convicções. Nesse sentido, formiga e o empreendedor, tem muito em comum.

E isso não é só coincidência, na verdade, é um fato, de formiga e de louco, todo empreendedor tem um pouco.

Mas o empreendedor e a formiga, são loucos ou agem por instinto?

Coragem ou loucura?

Essa pergunta é pertinente, pois nesse ponto, o caro leitor pode estar se questionando e me confrontando com a seguinte ponderação:

“Mas, a formiga não tem consciência de suas ações, ela simplesmente age por instinto.”

Nesse ponto, sou obrigado a concordar. No entanto, gostaria que você pensasse na quantidade de homens e mulheres de sucesso que já relataram as inúmeras vezes que tomaram decisões por puro instinto em seus negócios? Seria isso coincidência? Ou a loucura instintiva dos empreendedores de sucesso é uma característica intrínseca dessa espécie?

O instinto do empreendedor

Estas questões, podem ser respondidas, enquanto observamos a simetria de ações destes personagens no início de suas jornadas empreendedoras.

A loucura inicial de vários empreendedores, se baseia em suas convicções particulares de negócios. O que alguns consideram loucura, na verdade, é puro instinto e coragem de romper com a lógica.

Semelhante às formigas, estes empreendedores, no começo de suas carreiras, são pequenos e insignificantes. Não tem um chefe externo determinando o que eles devem fazer, somente um líder nato interno de si ditando em suas consciências os devaneios que precisam estar dispostos a viver. As loucuras que precisam fazer para atingir os resultados almejados. E os riscos que precisam enfrentar no percurso de seus caminhos.

Eles, assim como as formigas, não têm uma cadeia de comando estabelecida e um governo ditando as regras de suas condutas, ao contrário, são eles que estabelecem o seu modelo de negócio e sua forma de governo corporativo. Agem por instinto e coragem para gerar os recursos necessários para si e para suas comunidades.

São provedores naturais. Em determinados momentos de suas trajetórias, chegam a agir inconscientemente, pois não há tempo para grandes e profundas reflexões. Precisam agir de forma rápida e cirúrgica. Abrindo mão até mesmo da lógica que governa os seus negócios. Superando dúvidas e confrontando o status quo que vigora em nosso modelo social.

Quando a construção vira legado

Nessa caminhada, são construídas grandes organizações, ou melhor, “grandes formigueiros”. E quando vemos essas personalidades, ou melhor, os empreendedores, no topo, quase não acreditamos que aquele “pequeno” empreendedor, tal qual uma formiga, consegue levantar um monumento com tamanha envergadura, ou, carregar pesos até dez vezes maiores que sua estatura. São gigantes em sua natureza. Nos impondo a obrigatoriedade de reconhecer e aplaudir de pé a grandeza de suas fortes convicções.

Nesse momento, a multidão de espectadores aplaude em pé o que antes parecia loucura. E, ao final, o grande público reconhece: enquanto alguns observam, outros constroem. Enquanto alguns sonham, outros realizam.

E nesse momento de reconhecimento sublime, atestamos que a coragem, ousadia e loucura instintiva destes seres tão semelhantes, é de fato o divisor de águas entre os que somente querem, e os que, de fato, fazem acontecer.

No fim, não é só coincidência.

De formiga e de louco, todo empreendedor tem um pouco.

E você caro leitor? Qual é a dose de formiga e de louco que você tem injetado em sua jornada empreendedora?

Por: Leandro Fidelis.

O autor, além de professor e escritor, é advogado e empreendedor.

Formado em Direito, Administração, Teologia e Filosofia. Possui MBA em Gestão Empresarial, e especializações em Educação e Direito Tributário para PME’s.